Meu Querido mês de Agosto...

Mês de Férias..mês de calor...mês de comemorações!!!

Este ano, o mês de Agosto foi demasiado atípico, sobretudo no que diz respeito ao tempo!

Também não tive festa de Penela este ano, o que para mim é logo um factor para sentir um certo vazio!!

E apesar das muitas alegrias que este mês me proporcionou este ano, ficou a falta de algo muito maior...

No mês em que celebro meu aniversário, no mês em que consigo reunir a minha Família e amigos e receber deles várias manifestações de carinho, amizade e amor,

num dia tão especial que foi e que eu agradeci no brinde celebrado na garagem da casa dos meus pais...eis que senti um grande sentimento de falta..de saudade...

o telefonema do meu Tio Tó de Lisboa!!!

Inconscientemente, ía colocando a sua chamada para o fim da lista "ainda não me ligou"!

Não gosto de sofrer por sofrer,nem imaginei esta situação de propósito..apenas senti!!!

No final de um dia preenchido de muitas presença e alegrias, senti a falta do seu telefonema "Então rapariga, Parabéns!!! Bebe um copo por mim... desejo-te tudo de bom!! Beijos dos Tios"

É difícil e faz falta!!! E não quero entristecer ninguém, principalmente o Bruno,a Carina e a Tia Ana, mas estes sentimentos - apesar de aparentemente tristes, são sinais de que o Tio Tó está presente no meu coração, e que a saudade se transforma em demonstração de amor.

Sou uma pessoa que se considera muito abençoada, com muitas riquezas não materiais - as mais importantes para mim...e mesmo assim, apenas queria ter pedido o telefonema do Tio Tó para ser mais feliz!!!

Nunca mais me vou esquecer das palavras que me disse na despedida do almoço de Família o ano passado em Trancoso "Tu mereces ser muito feliz, Sílvia!"

E mesmo me sentindo muito feliz, vou esforçar-me ainda mais para merecer as suas palavras;)

Tenho muitas saudades tuas meu Tio, tenho muitas saudades tuas:) E Adoro-te!!!*

Ai ai ai, Santo António!!!!!

Como é que algum dia nos poderemos esquecer desta!??!!!

O nome da Família Ferreira e Correia teve o seu auge como Transportadores de andores quando a "Quadrilha" Bruno, Rodrigo, Márcio e Sílvia eram mais novos e com grande sentido de responsabilidade religiosa e de cooperação para com a festa da nossa aldeia.(O Marcelo ainda não era da nossa altura,e nem com a ajuda de almofadinhas a coisa ía lá!!!)

Não sei situar precisamente em que ano foi, mas lembro-me que o andor tinha um santo representado numa estátua relativamente pequena - a estrutura do andor era bem mais pesada!

Foi então na fatídica rua, depois de passar a casa da D. Felizbela, e já a curvar em direcção à Capela e à casa do vendedor de gás que tudo, muito de repente, aconteceu!

O alinhamento era o seguinte: Sílvia na dianteira esquerda e Bruno ao seu lado direito (não me recordo bem em que lado ía o Rodrigo, mas sei que ía atrás com o Márcio). O que nunca me esquecerei é da cara do Bruno, já naquela postura de completamente "mole" e sem forças no corpo...olhar em slow motion para a pega do andor a escorregar-lhe pelo ombro, e sem reacção fazer aquela cara de espanto que toda a gente conhece!

CABOMBAAA!!!

O santo bateu na parede...e foi o Tio Tó que salvou o santo de uma desgraça maior, uma vez que, "voando" de não sei de onde e não sei como, conseguiu segurar o andor que o filho deixara cair!!!

Contas à Vida:

partimos a mão da imagem...e a nossa reputação ficou um pouco denegrida!!!

Acho que até foi a partir deste ano que perdemos a iniciativa de participar na procissão da Festa da Nossa Senhora da Piedade!

Obrigada Bruno...a nossa carreira de "transportadores de andores"findou da pior maneira naquela tarde!

Obrigada Tio Tó, pelo teu olhar atento e tua agilidade!:)

(É claro que o mais divertido foi ver a cara do Bruno e ouvir o Tio Tó reclamar com ele durante quase todo o resto da Festa)

Acho que nunca ninguém esquecerá mesmo!!!

A 1ª partilha do Márcio, enviada para meu e-mail, a 4 de Março:

"Eu tenho uma história para contar do meu padrinho. Durante alguns anos , por volta de Abril, eu ía a casa dos meus padrinhos fazer-lhes o IRS. Ficava lá o tempo que era preciso e ajudei-os nestes anos a tratar dessas burocracias. O meu padrinho dizia-me sempre "Desculpa lá, mas não te preocupes que estamos quase na Pascoa e o padrinho dá-te uma notinha". Eram exactamente estas palavras que ele usava e todas as vezes que ele me dizia isso , eu respondia: "Não se preocupe com isso. Guarde o dinheiro que faz falta". Depois houve um ano em que se passou a Pascoa e nós acabamos por não nos ver e (numa altura de mudança de casa) acabei por não estar com ele onde não teve a oportunidade de me dar a tão querida nota que ele tanto desejava dar. Mais tarde, cruzei-me com ele numa visita que fiz a casa dos meus pais e ele perguntou-me: "Então, tá tudo bem? Eu já te dei a 'prendinha' da Pascoa não já ;) ?". Prontamente respondi-lhe que sim, para ele não se preocupar :)

Lembrei-me agora desta história mas ao longo do tempo irei lembrar-me de mais e vou partilhar com vocês.

Tenho sempre o cota Albano comigo.

Beijo para todos ."

Noiserv - Palco do Tempo

À descoberta de Coentros!

Quando ainda na condição de imigrante, nas férias de Verão,

a visita à casa dos Tios de Lisboa tinha uma maravilhosa conotação gastronómica!

Quando eu ainda era pequena, mais pequena em altura que o Tio Tó,

vê-lo cortar tão fina e delicadamente o presunto, fazia-me atribuir-lhe uma medalha de honra - ainda por cima reconhecida por todos os adultos de então...

Quando ainda era pequena, e todos juntos em pinha nos juntávamos na sala de jantar e a dimensão da sala parecia enorme...o cheirinho a bacalhau a brás era a especialidade que todos ansiávamos que estivesse no cardápio festivo!!! E mais uma vez, só o Tio Tó conseguia mostrar um dom especial para cozinhar este prato que em Dijon raramente me lembrava de comer!

O Tio Tó era um mágico da cozinha portuguesa, ou em Portugal...e sobretudo de Lisboa!

O tempo passou e novas descobertas fui fazendo, e que hoje são pequenas grandes referências das minhas preferências, tal como...os Coentros!

Foi com este grande Chef que descobri que os coentros misturados com tomate e pepino eram divinais!!! Esta descoberta levou-me a venerar todas as especialidades com coentros, como carne de porco a alentejana!

Como todos sabem, sempre cresci com uma boa consistência física...e a fama de "boa boca" dificilmente abandonou as intenções do meu querido tio: pois sempre que me deslocava a Lisboa para fazer formações, e ficava alojada no bem bom dos miminhos dos meus tios de Lisboa, não havia refeição que o Tio Tó não fizesse sempre jantar a dobrar para a sobrinha:)

Chegava a servir-me 3 vezes o prato argumentando "Não quero que vás dizer aos teus Pais que não te alimentaste na minha casa!"

Meu Tio sempre me tratou preocupado com o meu desenvolvimento, no entanto já estagnado...

Mas eu comia, com muita satisfação!

Porque mais que nutrientes, aquela refeição tinha muito carinho e dedicação; era uma forma de ele demonstrar a sua amizade por mim.

Meu rico Tio, ainda bem que comi até não puder mais o teu assado com ananás!

E os coentros serão sempre um ensinamento que me deixaste!

Todos e cada um,

sentem a perda do Tio Tó,

o marido, o Pai, o Avô,

o irmão, o cunhado,

o tio...

Uma perda na Família tem sempre um impacto de mil tornados e tempestades, criando um grande vazio no nosso coração, na estrutura que nos une e nos identifica!

Fevereiro será sempre uma marca para Todos nós!!!

Contudo, não querendo negar os factos da dura realidade,

ainda não consegui acreditar que isto aconteceu, e dou por mim a falar do Tio como se nada tivesse acontecido!

Não fantasio, nem pretendo defender a minha forma de lidar com este facto,

por isso resolvi apresentar uma proposta...

uma espécie de relicário de memórias...

uma compilação de histórias que nos permitam ao mesmo tempo que aconchegar nosso desassossego e saudade, que nos permita relembrar o Tio Tó, o Tó, o Cota Albano...;)

Todos devem ter muitas histórias por partilhar, nem que sejam pequenas.

Histórias do seu tempo de juventude com os irmãos e os Pais...

Momentos em Lisboa com os filhos e a esposa...

Testemunhos de sobrinhos e cunhados e até de genro, não esqueçamos o Avô Valdemar!

Por isso fica o desafio:

100 HISTÓRIAS do Cota Albano!!!

(para quem não sabe, é um nome carinhoso que nos habituamos a ouvir do Bruno, Márcio e Marcelo, e que para mim resumia muito da sua personalidade:) é carinhoso, não se preocupem:)

Podem escrever no blog, eu tratarei de compilar vossas mensagens!!!

Divulguem aos elementos da nossa Família - Ferreira e Correia, que não têm acesso à internet!

Gostava muito que todos participassem:)

Obrigada*

Gosto muito muito da nossa Família!!!